quinta-feira, 25 de junho de 2009

Eu mereço ?!

Obs.: Quero saber mesmo é se mereço escutar o que escutei ontem.

Uma menina que trabalha num Call Center (e, claramente, agradece muitas pessoas por dia), ao ser corrigida pela supervisora, dizer: "Eu nem sabia que OBRIGADA existia".
E, duas horas depois, caí na bobagem de entrar numa loja e perguntar: "...e chaveiro, tem?" (Olhem o que recebi!) "Ai, chaveiro só vou ter esse aqui da japonesinha, que faz um BARULHO SONORO (!)" Andei uma avenida inteira rindo e me perguntando sobre outro tipo de barulho existente...

Maas... desgraça pouca, é bobagem. Amanheci hoje com a mente limpinha, já tinha esquecido a cacalhada, afinal, errar é humano, aquelas coisas. Voltei à rotina.
E escuto a conversa entre a supervisora e a mesma funcionária: "Você ainda está resistindo ao OBRIGADA" "Aah, pensei que, pra homem, falava OBRIGADO e, pra mulher, OBRIGADA". Sem comentários.
Bom, eis que volto à loja pra comprar o tal chaveiro e a mulher: "Ah, aquele que faz um SONZINHO SONORO(...)". E olha que o principal do chaveiro nem é isso...

Desisto. Alguém tem uma corda?

"Meus vícios tolos sufocam em mim, só leve-me pra onde eu quero estar..." (Gustavo)

domingo, 21 de junho de 2009

Corriqueiro e nem tanto

Acho que estou na idade do por quê.

Aliás, acho que nunca saí. De vez em quando, escuto um “ai, Helena, pra que tanta pergunta?”. Quero saber, ué. Na realidade, é que sempre quero saber (e informar!) coisas incomuns, do tipo “o pé do Louis Armstrong era 42, sabia?”. Vou, eu, ocupar o precioso tempo de alguém pra dizer que um avião da AirFrance caiu? Não vou. Isso todo mundo sabe, leu, viu, escutou alguém falando. O assunto nem vai ter continuidade (concordem comigo), será assim: “Caiu?” “Pois é, caiu” “Mmm, caiu...”.


Aí, perguntarei de que cor é a caixa preta, o que iriam fazer no dia seguinte, que roupa usavam etc., e vem um “pra que tanta pergunta?”. Pra continuar o assunto, que tal? Que tal dar continuidade ao mesmo, ter outro ponto de vista? Eu gosto. Então, quase sempre, me vem perguntas à cabeça, como as duas seguintes.


Fui atrás dessa história de que Teflon gruda em nada, peguei este trecho da Santa Wikipédia das Causas Urgentes: “Teflon é uma marca registrada de propriedade da empresa estadunidense DuPont, conhecida mundialmente e que identifica um polímero, o Politetrafluoretileno (PTFE). [..]é uma substância praticamente inerte, não reage com outras substâncias químicas, exceto em situações muito especiais.”. Minha dúvida inicial era: se teflon gruda em nada, como o grudaram na panela e, ainda, por que tem que grudar logo na MINHA comida, no MEU pão, no MEU ovo? De vez em quando, estou comendo misto quente com teflon. Acabo de descobrir que minhas refeições são situações muito especiais, só pode. (O interessante dessa história é que várias pessoas veem suas panelas, sanduicheiras, grills de teflon descascando e compram outro e outro e outro, com a mesma ideia de que “nada gruda no teflon”).


A segunda dúvida veio num dia chuvoso, quando eu andava sempre na calçada, na busca de “um teto”, o que é a situação mais normal do mundo, pois não uso sombrinha, não considero vantajoso. Molho-me mais usando. Pra armar, pega-se chuva (já que não dá pra armar e passar pela porta), pra desarmar, de novo, chuva, com direito ao restinho da água que está nela caindo em mim. Sem contar o trabalho que é pra andar pelo centro da cidade (lugar aonde sempre precisamos ir quando está chovendo). Tem que desviar de outras milhões de sombrinhas com donos que também tinham coisas inadiáveis pra fazer no Centro naquele dia. Lembrando que não dá pra “correr da chuva”, pois tem que segurar a querida. Até aí, tudo bem, “cada mania com seu louco”. Mas minha dúvida mesmo é: por que esses seres que optaram por usar tal acessório disputam a “busca pelo teto” com os desabrigados? Sombrinhas furadas? Egoísmo? Mania de copiar os outros? Não faço a mínima ideia do que passa (literalmente) pela cabeça. Com ou sem sombrinha, lembrem seus últimos dias chuvosos.


“A vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que sentem”. (La Bruyère)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O que aprendi sem tirar 10

Os tempos de escola são legais.

Mas acho que a maioria de nós não imaginaria que lembraria algumas coisas anos após sair da escola. Não falo da hora do intervalo, da instituição, das pessoas, falo da essência de uma escola: a sala de aula, professor e aluno. Não sou antiga, muuito pelo contrário, ainda sou estudante, mas já me imagino daqui a algum tempo contando para alguém “no meu tempo era assim, era uma sala de aula com professor coordenando e vários alunos sentados aprendendo”.

Não sei se os novos métodos de ensino, virtuais, pelo que parece, conseguirão continuar com o propósito de “ensinar para a vida”, e não apenas “direcionar ao diploma”. Voto que não, ainda que antecipadamente (mas me tirem dessa onda de que as relações humanas irão morrer, que vamos virar robôs etc. Sem dramas). O que quero compartilhar hoje são alguns aprendizados que adquiri na vida escolar, os quais não constavam nas ementas, nas decorebas, nem sequer fui avaliada pra isso. Todavia, APRENDI!

Em plena aula de História...
O professor relatando uma frase que o irrita muito, a famosa: “não tenho opinião formada sobre isso”, já preparando os alunos para uma pergunta que faria à turma. “Gente, ‘não tenho opinião formada sobre isso’? Isso é coisa de quem não entende do assunto, quem não conhece o assunto é que fala isso. Então, que responda ‘não sei’, agora, ‘não tenho opinião formada...?’ Ah, não[...]”.
Haha, estava certo. Não me pergunte se a pergunta era sobre os Aqueus, Romanos, Incas, só lembro a lição aí de cima. Mas importa é que... (alguma coisa) aprendi!

Enquanto isso, numa aula de Física...
Assunto novo, adolescentes com sono, esperando a hora do intervalo, ninguém entendendo o conteúdo. A hora mágica era quando o professor virava pra gente, com uma cara de compreensão e soltava um: “Bom, mas, o que importa, não interessa!”
Não lembro se a física era mecânica, quântica ou sei lá o que. Mas lembro, sempre que não entendo algo (ou quando não estou a fim), que tanto faz se a crise é aérea, terrestre ou existencial... O que importa, não interessa! Vou dizer que não aprendi? Não.

E já nas últimas aulas de Física da minha vida... (não com o mesmo professor do aprendizado anterior)
Depois de semanas tentando colocar alguma coisa na cabeça de 80 formandos, ele olha pra todo mundo, para uma pausa no andamento da matéria, e começa: “Gente, ô, gente... olha aqui, olha aqui no quadro. Vocês conhecem o triângulo amoroso do saber? É assim: Gostar – Saber – Fazer bem. Se tudo sabe, tu faz bem, e, se tudo faz bem, tu gosta. Ou, se tu gosta, tu sabe e, se tu sabe, tu faz bem. Ou[...]Então, vamos aprender a matéria aqui pra poder gostar.”
De novo, a matéria eu não lembro, Watt, Ohm, não sei. Mas o triângulo amoroso levo comigo até hoje.


Acredito que essas e outras que fazem (e fizeram) muita gente levantar cedo, colocar uniforme e ir com empolgação pra aula seguinte, ainda que inconscientemente. E tenho certeza de que muita gente que ler este texto vai lembrar algo que aprendeu. Eu mesma já estou evitando me estender. Compartilharemos num outro momento.


"Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou". (Albert Einstein)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ética? (2)

Me amo e sou correspondida.

Sem brincadeiras, fico horas olhando o meu perfil do orkut e fazia o mesmo na época de fotolog. Será normal? Não sei, mas digo que está acontecendo o mesmo com o blog. Então, depois de ler algumas vezes o último post, lembrei da palavra "etiqueta" e fui ver o que significava no dicionário, meu cupido. Isso porque fiquei matutando por que usamos a expressão "faz parte da etiqueta". Não resisti em dividir com quem leu o post anterior duas coisas: o significado da palavra "etiqueta" e a "história do tal bode".

Portanto, vamos lá..

etiqueta
e.ti.que.ta(ê) sf (fr étiquette) 1 Conjunto de cerimônias adotadas na corte e na alta sociedade. 2 Trato cerimonioso. 3 O cerimonial da alta sociedade ou de outra que ridiculamente a queira imitar. 4 Pedaço de papel gomado(...)
Juro que o "ridiculamente" está no dicionário. Pelo menos no que pesquisei, o dicionário on-line UOL - Michaelis. Conclusão: "Seguir a etiqueta" é mesmo ridículo. Ainda mais querer ser ético cegamente. Fora de moda.

Álvaro: Não está tudo bem? Leva o bode pra casa...
Helena: Hahah... An?
A: É, não sabe a história do cara que levou o bode pra casa?
H: Não. o.O
A: Ah, dois amigos se encontraram, daí um perguntou pro outro:
"Daí, tudo bem? Bla bla bla..." "Olha, não está muito bem, não..." "Não está tudo bem? Faz o seguinte, eu tenho um bode aqui, leva ele pra tua casa, depois tu devolve..." Um semana depois... "E dae, Fulano, tudo bem?" "Ah, não... esse bode não dá, sujou a casa toda, atrapalha minha mulher bla bla bla" "Ah, então, traz ele de volta" Outra semana depois... "E dae, Fulano, como vai?" "Ah, agora, sem o bode, tá tudo certo...."
Achei ótima. Sempre que quase reclamo, lembro que poderia estar com um bode em casa...

"Ética: Valores que definem o que:• Quero• Posso •Devo. Porque nem tudo que eu quero eu posso, nem tudo que eu posso eu devo e nem tudo que eu devo eu quero." (Thayane Almeida de Queiroz)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ética? (1)

Coisas que me agoniam.

Falsidade me agonia. Correto, falsidade causa desgosto à maioria dos seres humanos. Mas tem coisas que realmente não entendo. Essas (várias) questões de costume, convenção, ética, sei lá o que.


Well, dizem que está na ética que o anfitrião deve abrir a porta para o visitante ir embora (que, acho estranho, significa "em boa hora"). Não sei quem inventou essa aí. Na minha percepção, sinto estar mandando o visitante "em boa hora", o que me soa como um "graças a Deus que você está indo". Não que eu use aquelas frases de despedida (com exceção das vezes em que há sinceridade na hora de pronunciá-las), como "já está indo?" (que é uma falta do que falar, repetição!), "tá cedo ainda!" (horrível, ainda mais quando já são 2h e o anfitrião já está com "aquela" cara de sono), "não quer ficar mais um pouquinho?" (quando o visitante sabe que o anfitrião tem um compromisso 10min depois, este perdeu a oportuinidade de ficar quieto), mas abrir a porta para a visita ir embora já é demais. Acho falta de educação, não abro. Deixo a ética de lado.

Já como com a mão com a qual não tenho coordenação, visto roupa que não estou a fim, cumprimento gente que não sei se realmente gostaria, tudo pela ética, esse turbilhão de valores que alguém inventou e ninguém questiona, apenas segue. Como dizia um ótimo professor, culpa dessa sociedade amorfa.


Outra aflição: Cumprimento rápido que inclui o "tudo bem?". Aaah, isso eu não entendo. Esse é, para mim, o cúmulo da falsidade. Não sei quem está mentindo mais: o apressado que perguntou e nem tem tempo pra saber, ou nem quer saber, ou o espectador passivo que, na maioria das vezes, pra encurtar a conversa, responde "tudo". Primeiro, pra que fazer uma pergunta na que não se está interessado na resposta? Educação? De novo, ética? Não entendo, não pratico. Depois, "tudo" é uma palavra que engloba tantas coisas, que nem sei se deveria ser usada, mas, nesse caso, já seria abuso meu.

Vamos às opções da pessoa que responde: a) Não responder. A pessoa vai se passar por surda ou mal educada. Na probabiliddae da segunda opção, é melhor mudar a alternativa, ou não. b) Responder "tudo". Quando a maioria das coisas vai bem, ok, certo. Quando não, aí está o problema das convenções sociais: o primeiro finge que quer saber e o segundo finge que está tudo bem. É o que posso chamar de bola de neve da falsidade, da superficialidade. Então, pra sair dessa, resta a terceira alternativa. c) Responder "não, não está tudo bem". Fiz isso esses dias. Fui sincera.

Cheguei ao estágio com um "Boa tarde!" e meu chefe, um cara entupido de experiências pra passar, "Boa tarde, Helena, tudo bem?". Sério, pareceu tão sincero, que resolvi responder com a mesma sinceridade (e realidade do dia): "Não". Aí estiveram as questões: Faz diferença ele saber? E se ele quiser saber por quê? (Essa pergunta só me veio depois que ele me perguntou realmente o porquê). Tentei disfarçar, mas percebi que não adiantou, ao que ele respondeu: "Não está tudo bem? Leva o bode pra casa...". E eu: "Hahah. An?"


Sei que comecei esta postagem com a intenção de contar a história do tal bode, só que agora já me estendi, vou deixar pra próxima. Sei também que, na segunda vez que respondi "não" pra alguém (que, por sinal, foi na mesma semana), lembrei duas coisas: "e se ela perguntar o por quê?" "pior se eu estivesse com o bode em casa...".

Confesso que voltei à convenção do "tudo", mas, agora, por uma questão de gratidão e, portanto, sinceridade.


"Nada precisa tanto de reforma como os hábitos dos outros" (Mark Twain)