quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tempestade de ideias

(do verbo tentar)

Explicar.
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Como nada pode entrar na sua cabeça.

Hoje acordei pensando em nada, em representar nada, imaginando exatamente sobre o que nada faz da gente. Então, não me levantei, não me vesti, nem me acordei. Nada.
Na hora de comer, eu quis comer nada. Então, não encostei em comida alguma, não me dirigi à cozinha, nem vi a mesa. Nada.
Ao dormir, sonhei com nada. Então, não me aproximei da cama, não dormi, nem sequer sonhei. Nada.
No dia em que eu vivi o nada, eu não respirei, não formei pensamentos, não vivi. Nada.
O nada, na sua essência, é nada. Mas vale lembrar: você precisará de nada quando estiver satisfeito.
E, você, o que faz com nada?

Nada é o que você escuta ao ler este texto.

(Bea e Helêêna)

Expressar.
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(Helena, 2009)

Escrever.
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Meu coração é tolo mesmo.
Bate feito louco
Que pede pra sair do hospício.
Como se meu corpo
Fosse o hospício
E toda essa vibração
Já não fizesse mais sentido.
Mas sou bem comportada,
Meu coração é que
Não bate bem.
Bate mais...
Ao te ver.

(Helena Machado)

"Minha pintura é para dar contorno ao que em mim fica solto... e não se enquadra." (Martha Medeiros)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Microcomunicação

Micro de pequeno mesmo.

Sabe o que é um micreiro? 1. Micreiro é um ser qualquer que tem um nível elevado (é, elevado, considerando que tudo é relativo) de conhecimento sobre os assuntos que tratam de computador. Aí, num momento de tédio (ou de sacanagem), muitos desses abrem programas de edição, criam cartões-visita intitulando-se designers, publicitários, comunicadores, o que vem à cabeça. Imprimem e - a tragédia - distribuem. Pronto, graduados. 2. Enfim, algum conhecedor dos programas de edição gráfica, que, muitas vezes, desrespeitam profissionais, passando-se pelos mesmos. Baseiam-se no Art. 5º, inciso IX ("é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença"), no entanto, esquecem todo o conceito de moralidade, poluindo olhos e ouvidos dos espectadores que têm a oportunidade (glup!) de conhecer suas criações.

Pra exteriorizar meu desapreço por essa gente - e meu voto a favor da regulamentação da profissão de publicidade (óóó) -, criei uma paródia.

"Adeus, micreiros!"
(Do Seu Lado - Nando Reis)

Faz pouco tempo, é, eu lamento
Que você tem esse micro
Sua mamãe não viu outro jeito de te deixar nesse quarto
Para brincar, baixou o Adobe, por falta de outro vício
Editando pr’os seus amigos, já tava feita a cagada

Mas fica sempre uma porcaria, você só faz pelo tino
Criar e convencer não é isso, é profissão, retardado
É banner, outdoor e anúncio, o que você faz fica um lixo
Vai estudar, pra se chamar publicitário

Micreiro, deu, falou... do negócio, sou a alma
Micreiro, deu, falou... vou além da marca d`água

E o consumidor agradece: você saiu do caminho
Agora falam a língua dele, se sente até cobiçado
Pra ter teu ganha-pão leva tempo, quatro anos, no mínimo
Trabalha de domingo a domingo pra não virar um coitado


Hoje estou com-puta-dor.