quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Microcomunicação

Micro de pequeno mesmo.

Sabe o que é um micreiro? 1. Micreiro é um ser qualquer que tem um nível elevado (é, elevado, considerando que tudo é relativo) de conhecimento sobre os assuntos que tratam de computador. Aí, num momento de tédio (ou de sacanagem), muitos desses abrem programas de edição, criam cartões-visita intitulando-se designers, publicitários, comunicadores, o que vem à cabeça. Imprimem e - a tragédia - distribuem. Pronto, graduados. 2. Enfim, algum conhecedor dos programas de edição gráfica, que, muitas vezes, desrespeitam profissionais, passando-se pelos mesmos. Baseiam-se no Art. 5º, inciso IX ("é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença"), no entanto, esquecem todo o conceito de moralidade, poluindo olhos e ouvidos dos espectadores que têm a oportunidade (glup!) de conhecer suas criações.

Pra exteriorizar meu desapreço por essa gente - e meu voto a favor da regulamentação da profissão de publicidade (óóó) -, criei uma paródia.

"Adeus, micreiros!"
(Do Seu Lado - Nando Reis)

Faz pouco tempo, é, eu lamento
Que você tem esse micro
Sua mamãe não viu outro jeito de te deixar nesse quarto
Para brincar, baixou o Adobe, por falta de outro vício
Editando pr’os seus amigos, já tava feita a cagada

Mas fica sempre uma porcaria, você só faz pelo tino
Criar e convencer não é isso, é profissão, retardado
É banner, outdoor e anúncio, o que você faz fica um lixo
Vai estudar, pra se chamar publicitário

Micreiro, deu, falou... do negócio, sou a alma
Micreiro, deu, falou... vou além da marca d`água

E o consumidor agradece: você saiu do caminho
Agora falam a língua dele, se sente até cobiçado
Pra ter teu ganha-pão leva tempo, quatro anos, no mínimo
Trabalha de domingo a domingo pra não virar um coitado


Hoje estou com-puta-dor.

6 comentários:

Fer disse...

WOWWWWWWWWWWW!! TU EH O BIXO!

Maite Lemos disse...

Hiii, Helena,
To achando que meu comentário vai feder.
Em primeiro lugar, a Fer tem razão. Tu é o bixo, mesmo. Parabéns. Muito bem escrito.
Só que não consigo vir aqui e fingir que concordo.
Eu sou jornalista e, como tu deves saber, andam dizendo por aí que meu diploma não vale mais nada.
Vale, sim, ué.
E tudo que eu aprendi?
E o teu? Não vale nada?
Claro que vale, né.
Independente de ser obrigatório o diploma para o exercício da profissão, o seu real valor se manifesta através do conhecimento adquirido durante o tempo que ele representa.
E esse coitados que estão por aí trabalhando sem a oportunidade ou vontade de passar por uma Universidade e adquirir um título devem ser avaliados da mesma forma que nós, ilustres diplomados. Pela qualidade do trabalho.
E o que eu acho é que quem deve julgar essa qualidade é o público, o consumidor, o freguês.
Se o trabalho é ruim, nega, ele não vai pra frente, seja de um micreiro ou de um doutor (ou, ainda, de um jornalista, blogueiro ou twitteiro).
Mas isso é só o que eu penso.

Bjnho

Helena Machado disse...

Genteeem, seus comentários valeram por muitos.

Maitê, teu ponto de vista é válido, mas continuo com a ideia do diploma. Sou a favor do diploma do jornalista, do publicitário e de toda a profissão eticamente responsável. Por que pra exercer a advocacia, por exemplo, é necessário o diploma? Por que trabalham com as leis? Mesmo grau de importância têm as consequências que nós, comunicadores, formadores de opiniões, costumes, hábitos, causamos. Enquanto houver irresponsáveis, por não ter embasamento teórico mínimo da função que exerce, na maioria dos casos, baderna feita: "nenhum jornalista presta", "nenhum publicitário presta", responderemos por eles.
Eeee laiá!! Beijoo!

Maite Lemos disse...

Mas advogado tem que ter diploma e passar na prova da ordem e mesmo assim "nenhum advogado presta".
Huhauhauha

bjnho, querida.

Fer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Helena Machado disse...

kkkkkkk....
Boa, isso daria um post. Beijo!