domingo, 21 de junho de 2009

Corriqueiro e nem tanto

Acho que estou na idade do por quê.

Aliás, acho que nunca saí. De vez em quando, escuto um “ai, Helena, pra que tanta pergunta?”. Quero saber, ué. Na realidade, é que sempre quero saber (e informar!) coisas incomuns, do tipo “o pé do Louis Armstrong era 42, sabia?”. Vou, eu, ocupar o precioso tempo de alguém pra dizer que um avião da AirFrance caiu? Não vou. Isso todo mundo sabe, leu, viu, escutou alguém falando. O assunto nem vai ter continuidade (concordem comigo), será assim: “Caiu?” “Pois é, caiu” “Mmm, caiu...”.


Aí, perguntarei de que cor é a caixa preta, o que iriam fazer no dia seguinte, que roupa usavam etc., e vem um “pra que tanta pergunta?”. Pra continuar o assunto, que tal? Que tal dar continuidade ao mesmo, ter outro ponto de vista? Eu gosto. Então, quase sempre, me vem perguntas à cabeça, como as duas seguintes.


Fui atrás dessa história de que Teflon gruda em nada, peguei este trecho da Santa Wikipédia das Causas Urgentes: “Teflon é uma marca registrada de propriedade da empresa estadunidense DuPont, conhecida mundialmente e que identifica um polímero, o Politetrafluoretileno (PTFE). [..]é uma substância praticamente inerte, não reage com outras substâncias químicas, exceto em situações muito especiais.”. Minha dúvida inicial era: se teflon gruda em nada, como o grudaram na panela e, ainda, por que tem que grudar logo na MINHA comida, no MEU pão, no MEU ovo? De vez em quando, estou comendo misto quente com teflon. Acabo de descobrir que minhas refeições são situações muito especiais, só pode. (O interessante dessa história é que várias pessoas veem suas panelas, sanduicheiras, grills de teflon descascando e compram outro e outro e outro, com a mesma ideia de que “nada gruda no teflon”).


A segunda dúvida veio num dia chuvoso, quando eu andava sempre na calçada, na busca de “um teto”, o que é a situação mais normal do mundo, pois não uso sombrinha, não considero vantajoso. Molho-me mais usando. Pra armar, pega-se chuva (já que não dá pra armar e passar pela porta), pra desarmar, de novo, chuva, com direito ao restinho da água que está nela caindo em mim. Sem contar o trabalho que é pra andar pelo centro da cidade (lugar aonde sempre precisamos ir quando está chovendo). Tem que desviar de outras milhões de sombrinhas com donos que também tinham coisas inadiáveis pra fazer no Centro naquele dia. Lembrando que não dá pra “correr da chuva”, pois tem que segurar a querida. Até aí, tudo bem, “cada mania com seu louco”. Mas minha dúvida mesmo é: por que esses seres que optaram por usar tal acessório disputam a “busca pelo teto” com os desabrigados? Sombrinhas furadas? Egoísmo? Mania de copiar os outros? Não faço a mínima ideia do que passa (literalmente) pela cabeça. Com ou sem sombrinha, lembrem seus últimos dias chuvosos.


“A vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que sentem”. (La Bruyère)

Um comentário:

Fer disse...

kkkkkkk! Eu tb odeio usar sombrinha! Eu SEMPRE chego mais molhada que se tivesse sem. Soh mesmo pra "manter a escova"!!!
Panelas teflon? As minhas sao todas "hard anodized". (eu tenho um caso de amor com minhas panelas, nao liga... Elas sao de outro material que nao gruda MESMO) Esse teflon "historia pra boi dormir". Meu grill ta todo descascado e se vc tem alguma coisa teflon tem que cuidar tanto, comprar tantos produtos, que sai mais caro que a panela. Esses dias estava numa loja e vi um jogo de panelas TEFLON com garantia pra 25 anos. Estavamos eu e uma amiga entao pensamos: nem sei se meu casamento vai durar isso... uahuahuaha. Agora olhas as panelinhas de ferro da mae? Estao zeradas!!! Descascou, nao! Um caso a pensar!